Manifesto à feminilidade

Mais uma vez, um homem hetero exprimindo opiniões ou ditando diretrizes sobre o que é ser mulher, como deve agir e “blá-blá-blá”. Dessa vez não, entendam como meus sinceros agradecimentos e ofereço meu apoio caso queiram mais uma voz na vossa luta pelos seus direitos.
Homenagens eclodem por mídias diversas, grita-se “viva” a independência da mulher, suas conquistas, capacidades, seus novos desafios, seu novo papel na sociedade. Novo?
Que papel é esse?
É alguma personagem, com pernas de fora, decote, estrelas e braceletes dourados?
Sim.
Esse é o papel que escolhemos para as mulheres. Está errado?
Não... No entanto sim!
Muitas são heroínas, mas não todas com os atributos estereotipados.
Utilizam como jóias sua intuição, seu intelecto, sua força, seu coração, seu carinho, uniforme, ferramentas e sua complexa perfeição.
Afirma-se que a perfeição é propriedade da providência divina que tudo concebe, que tudo cria.
A mulher também concebe, cria. É divina, heroína, linda, forte. Assim como não se delimita a fonte criadora, com um padrão imperfeito gerado por nós, pela nossa não compreensão. Não encarcere a perfeição feminina em estereótipos, apenas por não compreender a infinitude de suas percepções, sejam elas temporais ou atemporais.
Assim, vejamos a mulher como mulheres maravilhas, mas maravilhosamente divinas, lindas, não delimitadas a imperfeitos padrões cômicos generalistas.
Ei, homem! Não negue a sua feminilidade, seu lado mulher, essa negação traz a intolerância, brutalidade, violência contra o poder que fomenta, aquece, gera e sustenta. Sustenta porque tem mãe que é pai, que como Atlas carrega o mundo nos ombros, por vezes com satisfação e alegria, pois, ali vivem todos que ama.
Mulher não é propriedade, não existe “minha mulher”, não a comprei, não a roubei, não a tomei. Ela tem vontade livre.
O homem não tem que ajudar a mulher nas tarefas domésticas. Tem sim que compartilhar, é responsabilidade de ambos.
Em lugar algum existe “mãe solteira”, mãe é mãe e não condição civil.
O pai que se recusa a assumir, o pai omisso, negligente aborta seu papel de pai. Mas ninguém o prende por isso, ninguém o julga como criminoso ou assassino, só é preso se deixar de pagar pensão.
O corpo da mulher é o corpo da mulher, não meu, não seu. É dela, e ela usa como quiser. Mas se houver outra vida dentro dela, está dentro dela, não de mim ou de você. Ela decide. Não julgue. Ajude! Se ela quiser.
A roupa que a mulher usa não significa permissão para ser assediada. O problema não é a roupa, é a falta de educação, respeito, carinho, o machismo inerente a sociedade.
Ela namora, fica, casa com quem quiser e onde quiser, quantas vezes quiser.
Buzinar, gritar, assoviar, ofender, puxar o cabelo na balada não são elogios! São atos de violência. Não são aceitáveis e nem comuns.
Equanimidade civil é para todas, assim como dizem que é para todos.
Se ela quiser ser homem, ela quer, nem você e nem eu temos nada a ver com isso. Ele nasceu assim.
Se um homem quiser ser mulher que seja, a apreciação da beleza feminina tocou seu coração. Ela nasceu assim.
Lugar de mulher é na cozinha, no tanque, no carro, no avião onde ela QUISER! Ela decide.

Espero ter sido claro. Mas é apenas a minha opinião, meu posicionamento, meu ponto de vista. Não de todos ou todas. E respeito isso também!

Comentários

  1. Excelente texto. Aproveito para opinar sobre as comemorações do dia 8 de março. Gostaria de lembrar a todos que, nesse dia, em 1857, 159 mulheres foram queimadas vivas porque reivindicaram redução das horas de trabalho de 16 para 12 horas diárias! O dia 8 de março é para reflexão, não para comemoração, a menos que se queira comemorar a morte das guerreiras que foram assassinadas pelos donos do poder. Cada um comemora o que quer. Nesse dia, eu reflito. Minha opinião.

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