Agora é a nossa voz: O que temos para dizer vol. II


Prefácio
Atuo no magistério desde o ano de 2006, parece que há poucos dias ocorreu a minha primeira aparição em sala de aula, como professor em uma turma de oitavo ano, na então Escola Estadual Vila Thomazina na cidade de Campo Limpo Paulista.
De lá pra cá, nota-se grandes mudanças no cotidiano da infância e juventude, nosso sistema educacional, “governamenteiro” e midiático, infelizmente não acompanha e/ou respeita a forma como nossos jovens atualmente pensam, desejam ou se comportam.
Nessa dialética existe o grande embate entre o que o “sistema” almeja para nossos jovens, uma formação categórica para o mercado de trabalho (e se possível braçal) sob a luz do olhar de avaliações externas que indicam o ranking educacional, mas em momento algum, é dada a oportunidade de ouvir da classe estudantil. O que realmente eles querem?
Uma juventude (ainda) fadada ao desejo do sistema curricular que tenta pensar o melhor a eles, mas que não reflete tal êxito pelo simples fato de falhar na tentativa de tornar o processo de aprendizagem em algo prazeroso.
A juventude precisa ter planos, mas para quê? Se a maioria de seus sonhos são podados ou até mesmo ignorados!
O acesso ao ensino superior vive hoje um efeito sanfona, passou a fase da escassez com a grande seletividade cultural e de poder econômico, viveu uma grande expansão democrática por diversos caminhos (FIES, PROUNI, Ciência sem Fronteira, novas instituições públicas, etc.), e agora está passando por um novo caminho que vem se estreitando, pois para alguns poderosos, jamais será interessante que a classe proletária aproprie-se do conhecimento acadêmico e científico.
O livro Agora é a nossa voz visa dar a oportunidade do relato de sonhos da juventude, que a mais simples perspectiva de vida seja notada, pois infelizmente, muitos ainda têm a ideia que os jovens abriram mão de tais perspectivas. Fica o convite aqui para a reflexão de quais rumos podemos obter. Não há uma fórmula para uma saída disso tudo, mas se soubermos apontar qual a saída queremos, dá-se início a construção da estrada de trocas de aprendizagens, que podemos construir juntos para que todos e todas concluam esse percurso como jovens, adultos, estudantes e sobretudo, “Cidadãos”.
E como diria o poeta urbano Sérgio Vaz “Milagres acontecem quando a gente vai à luta”, desta forma uni-vos e construiremos a manhã desejada!
Fábio Dias Castro
Pai, professor, educador, matemático, físico, pensador e defensor de uma educação igualitária, consciente, critica e libertadora.

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