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Esquemas podres, petróleo no
alforje yankee
Oligarquias esnobes,
sujeira, gente abjeta
Ligações criminosas,
armações perigosas
Morte aos pobres, luto,
luto, luto e me levanto
Esquemas maléficos te tratam
como piada
Contra o povo, união das
facções tradicionais
Pelo poder, destruição pelas
mãos de quem mais?
Seletividade, obscuridade na
nação sem pátria
Revelação, mudança de poder
O carro da corrupção capota
Sem eira nem beira, no tapa,
no chute, na aposta
O desespero soa o sino do
medo
O sangue derramado grita por
justiça e por direitos
O parvo perdido entre portas
cai, a postura é torta
É vergonha, medo,
arrependimento, absolvição
Quem os salvou, cadê a
salvação?
Caiu por terra o discurso
que nunca existiu
Quem ganhou? Perdeu quem o escolheu
Perdeu o caráter
Perdeu o emprego
Perdeu a consciência
Ganhou a ingerência e a
violência
Ganhou o preconceito e a
inconsistência
Ganhou a podridão e a
inconsciência
Ganhou a burrice
Perdeu a Ciência
Caiu a máscara, o monstro
vil se revela
Só agora os idiotas
entenderam a novela
Não entendem a poesia, a
literatura, a física, a história, a matemática
Entendem da ignorância, da
pseudociência
Professam crimes como
milagres, fazem o povo morrer
Para profaná-lo mais tarde
Fazem o bom sofrer, para a sua
imbecilidade vencer
Mas quem venceu? Na verdade
perdeu
Perdeu a alma, perdeu a paz
Perdeu a vergonha, matou a
esperança
Se foi a democracia,
vendida, escravizada, assassinada
Esquartejaram os livros,
pisotearam a História
Negaram seus ancestrais, esconderam
sua origem
Violentaram a juventude,
encarceraram a velhice e sua experiência
Aos poucos tudo corrói, sob
a lama da maldade e da ambição
A escola foi implodida, a
aula soterrada, o professor jaz
Jaz sob os escombros de uma
sociedade falida, oprimida, alienada
Às ruínas camaradas, tudo
precisará se reerguer
Mas antes, pela nossa falha,
tudo que temos vamos perder
O caminho se faz agressivo e
atroz
O que nos restou foi nosso
conhecimento e nossa voz
Nossas palavras e nossos
passos precisam se unir
Aos poucos reconquistar,
revirar, respirar, revolucionar
Um caminho, um povo, uma
liberdade, um retorno
Erguer a voz, cerrar o punho,
bradar pelos seus
Falar das flores, derrubar os
muros
Da ignorância, da violência,
da Terra plana
Se armar, se amar, se
respeitar, aprender
Com livros, livros e mais
livros
Se resolverá? Não há certeza
ou garantias
Avante camarada, pois a
labuta nos aguarda
A vitória, nem sempre
Mas, a vida, é um coletivo de
incertezas e tentativas


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