Haeresis

De todas as vezes que você revisitou seu passado, o seu presente tem sido o futuro que esperançava?
Ou como a grande maioria, fica se remoendo buscando culpados pelas suas escolhas não tão assertivas?
A vida me parece ser como um caminho sem fim, no qual onde começa nem me lembro mais, mas eu o percorro muitas vezes, cambaleante, agitado, perdido, feliz. Com vontade sempre, eu acho! Na verdade, não tenho, por diversos momentos, consciência do caminho, porém, algo me impulsiona ou me puxa, ou os dois, a continuar querendo compreender aquilo que ninguém compreende, se compreende, assim como poucos o fizeram, ensinam. No entanto, por mais simples que pareçam esses ensinamentos, tenho a sensação que uma peça, talvez uma palavra, um código bem complexo está ausente, oculto nesse processo.
Um entendimento mais profundo faz-se necessário, quando na verdade é algo presente, inerente a todos nós. Buscar, procurar exige métodos, a esmo, ficamos perdidos, mas se houver um guia, um caminho isso traz uma certa segurança, traz calma. O caminho tem que ser claro, limpo, livre, bom, tranquilo. Desde que você aceite que tudo que ocorrer, durante sua jornada é necessário para alcançar o que procura compreender, internalizar para depois externalizar.
Toda teoria se mostra aparentemente simples, talvez porque não  a apreendi totalmente, e sim apenas a parte que me foi possível pelo meu nível intelectual, emocional, espiritual e evolutivo. Esse nível quem afere sou eu, pois é sobre mim, seus níveis, interesses, vontades, sendo sobre você, quem afere é você.
Não estar consciente, parece ser uma constante na percepção desse caminho. Estar perdido seria algo ruim? Ou necessário para assim ter mais atenção, mais foco?
Querer estacionar no percurso, seria como construir uma casa sobre uma ponte carcomida, prestes a ser levada por um rio caudaloso ou pelo forte vento. Atravessar essa ponte dando atenção aos possíveis defeitos dela em detrimento a bela paisagem no entorno seria uma visão pessimista? Poderia ser talvez, um cuidado maior para nela continuar seguindo em segurança? Daria para vislumbrar a bela paisagem e evitar as madeiras fracas? Há a possibilidade de apreciar o caminho sem tropeçar?
Sempre, mas o tropeço nos acorda e a beleza ao redor nos faz seguir, com uma consciência propicia a aceitar as contradições daquilo que é um, e percebemos como várias distrações.
As distrações servem para estimular o caminhar ou para te fazer parar? Pode ser uma e outra, aproveitar cada passo engloba uma infinidade de despertares e torpores, tristezas e alegrias, ordem e caos, inconsciências e consciências, parar e seguir, labutar e se acomodar! Para variar, parece fácil, tudo depende das escolhas, a dualidade fazendo-se presente até percebermos que é tudo irreal, a não ser o início que esquecemos. Eu sei que existe, você idem, agora, durante a jornada, o cruzar pela ponte, caso não fiquemos parados, acomodados seja pela paisagem, seja pelos buracos e madeiras podres, o medo, nos lembraremos o quê, o porquê, o quando, o para quê e o até onde seguir! Cabe a você escolher!
Para isso autoconhecer-se é importante, já que o caminho que percorro sou Eu. Perder-se em si mesmo pode parecer seguro, mas o único e perigoso inimigo que posso encontrar sou eu! Então guiarei-me pelo meu Eu, entendendo-me e me aceitando, jamais me enfrentando, transformando-me em quem devo ser e não o que acho que quero ser.

Introspecte-se, autoconheça-se, caminhe-se, encontre-se, desperte!

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