Democracia absolutista, coisa de povo, poder do povo
Aquele que
porta o cetro e sustenta sobre sua cabeça o símbolo divino da autoridade
concebe o poder e as leis, estando estas últimas sob seus pés reais, teria ele
em suas mãos o poder de conceder a quem escolhesse os mais maravilhosos
privilégios. Orbitando tal majestade imaculada, personagens elitistas se esmurram enlaçados em busca desses tesouros temporais exclusivistas.
Esse espetáculo
descortinado no século XVIII, especialmente associado ao luxuoso inebriante Palácio
de Versalhes, símbolo da poderosa máquina burocrática Colbertista do rei Sol,
vem sendo definido como um período onde quaisquer liberdades, excetuando-se as
pertencentes ao rei Luís XIV, obviamente eram inevitáveis. No entanto, foi
considerado necessário por alguns, pois unificou os ex-feudos, consolidando-os
ainda mais ante rebeldes e papas.
Atualmente, o
absolutismo teve suas cortinas fechadas com críticas negativas e sem
protagonistas de sucesso, para incorporar as mais inconstantes personagens, não
obstante e análoga, a vida imita a arte e as representações alternativas em mídias
diferenciadas, veladas e obscuras mantêm em sua essência o tema principal: o
abuso de poder.
Obviamente em
nossa diáfana forma de governo, republicano federativo e democrático, abusos
de poder e uso opressivo das leis por aqueles que os conceberam inexistem diretamente,
mas procriam-se em simbioses pestilentas trazendo à luz uma democracia fecunda
geneticamente absolutista representativa. Vivemos uma política absolutista
descendente à brasileira.
Sob nosso céu
risonho e límpido inicia-se nossa árvore genealógica política: D. João, o único
a enganar o kafkiano Napoleão (segundo as palavras do jacobino), sendo essa a
fonte onde D. Pedro hidratou suas papilas despotistas liberais ressequidas.
Os abusos
nascem nas Capitanias hereditárias, os fidalgos e sua autodivinização para autorizar
os massacres de nativos. Interventores e suas associações com traficantes de
pessoas, o quinto dos infernos, intolerância religiosa, castigos físicos e
excomungatórios como ferramentas legalizadas de controle. Com a chegada da
família Real o famoso “ponha-se na rua”, os títulos de nobreza vendidos à prazo
e a troca de escravizados e tantas outras atividades ilícitas tidas como
esplendores da nação.
Tragamos o foco
para os tataranetos de tais acontecimentos desgastados, porém, ofuscantes na
memória histórica da pátria amada, da terra garrida de Vera Cruz, que encenam
temporalmente o espetáculo do Pão e do Circo sem palhaço e com diversos otários!
Pão e Rosas, então, jamais?
Assim como o
rei, que não exercia total controle sobre os súditos, mas dominava com agrados
os membros da nobreza, a elite religiosa e os burgueses, hoje nas esferas
municipal, estadual e federal têm-se os auxílios negociados entre partidários, coligações,
empresários patrocinadores das campanhas “gratuitas” nos meios de comunicação,
onde não há restrições a propagandas e investimentos.
Investimentos
em propagandas governamentais! Para o povo: pedacinhos de algodão que para estancar uma
hemorragia, garantem alunos na escola e estimulam o consumismo desenfreado,
permitindo que a discrepância entre as classes sociais seja erradicada. Graças a algum deus e uma nota de R$ 100,00!
Definição de
cotas estudantis é maravilhosamente incólume e sugestiva. Temos a oportunidade
de reparar os corroentes danos colonizadores à nossa sociedade facilitando a priori a chegada de descendentes afro e indígenas à tão sonhada formação superior. Perfeito, já que de acordo com institutos de
pesquisas, brancos possuem méritos ante pardos e pretos (que definições
imbecis), portanto recebem estímulos especiais para cursar uma faculdade, ou
será, que a propaganda é inverídica? Como ainda existe posturas
nazifacistas? Batizou-se uma de racismo, tal barbárie deve ser extinguida. Mas a raça humana em sua genial imbecilidade, escolhe quem te
oprime e censura a escolha que não lhe convém individualmente, cometendo ainda
esses erros sentindo-se feliz!
Usamos os
aparatos mais tecnológicos do que os usados por Gagary, décadas atrás, porém,
pensamos ainda como os piores inquisidores medievais europeus. Saudamos a fome,
a violência, a intolerância e o consumismo. Imploramos gotas maquiavélicas para
saciar nossa sede de dominação e comodismo messiânico.
E quando tomamos um ação, achamos que somos os melhores.
Os outros...apenas imbecis!
E quando tomamos um ação, achamos que somos os melhores.
Os outros...apenas imbecis!


Magnífico texto e excelente ponto de vista!!!
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